Praças da cidade
A partir do texto extraído do livro “A revolução urbana”, de Henri Lefebvre, alguns aspectos a respeito dos espaços (topias) foram desenvolvidas, entre eles, conceitos como: usotopia, heterotopia e utopia.
Sendo assim, um espaço heterotópico seria aquele planejado e executado de modo a ter diversas funcionalidades.
Um espaço isotópico, por sua vez, seria aquele construído sob uma única intenção, portanto, ele teria também uma única função.
O espaço utópico, contudo, seria aquele cuja intenção não passa do projeto, ou seja, por mais que tivesse sido idealizado, não foi executado.
A partir do garimpo, trabalho proposto, foram coletadas fotos e arquivos sobre Belo Horizonte. Contudo, meu foco baseou-se nas praças da cidade. Essas praças podem ser tomadas como exemplo dos conceitos trabalhados.
“Durante um bom tempo Belo Horizonte obteve o título de "Cidade Jardim". Ainda hoje a quantidade de verde preservada impressiona. São mais de 2 milhões de árvores, incluindo ruas, parques e praças. O belo-horizontino tem o dobro de área verde recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMC). São 500 praças que contribuem para uma melhor qualidade de vida na cidade. Lugares para a prática de esportes, manifestações culturais e recreação.”
(http://www.idasbrasil.com.br/idasbrasil/cidades/BeloHorizonte/port/listapracas.asp)
Um exemplo de ambiente isotópico seria as praças, em geral, uma vez que todas elas têm como objetivo (intenção) a convivência entre as pessoas.



(Praça da Savassi)
Ainda que projetadas sob uma mesma intencionalidade, cada praça adota uma característica diferente, assumindo sua própria identidade. Sendo assim, quando analisadas particularmente, elas podem ser consideradas como elementos heterotópicos. Por tal motivo, as praças são conhecidas e utilizadas de maneiras distintas:
Praça da Liberdade: era o centro do poder executivo de Minas Gerais. Visitá-la é fazer um passeio pelos vários estilos arquitetônicos presentes na história de Belo Horizonte.
Sete de Setembro : ao longo da av. Afonso Pena é possível visualizar vários estilos arquitetônicos que vigoraram na capital. É uma vitrine excelente que tem na Praça Sete sua principal referência. A praça está no encontro das avenidas Afonso Pena e Amazonas, duas das principais da cidade. Abriga o marco comemorativo do centenário da Independência do Brasil, um obelisco popularmente conhecido como "Pirulito”. Ainda que posicionada em um lugar de grande circulação de pessoas, a Praça Sete não é freqüentada, e sim, usada como referencia histórica e geográfica para a população.
Diogo de Vasconcelos (Praça da Savassi) : na década de 1940 a região era ponto de encontro da alta sociedade belo-horizontina. Havia no local uma padaria e confeitaria que entrou para a história, pertencente à família Savassi, daí o nome. Oficialmente o bairro chama-se Funcionários, mas o entorno da praça é habitualmente chamado de Savassi e concentra um centro comercial dos mais badalados e sofisticados da capital. Há vários bares, restaurantes, cafeterias etc.
Praça da Assembléia : oficialmente seu nome é praça Carlos Chagas. No centro está a igreja N. Sra. de Fátima, cercada por jardins projetados por Burle Marx. Ampla área equipada com playground e pista para caminhada. Nela também fica a Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Praça da Bandeira : nela está o Marco Cívico do Centenário, erguido quando Belo Horizonte completou 100 anos (1997). Na terceira quinta-feira de todo mês há a troca da bandeira, numa cerimônia cívica realizada a partir das 10 horas.Fica no alto da av. Afonso Pena, no bairro Mangabeiras.
No bairro Silveira, entretanto, existe uma praça localizada entre dois ambientes diferentes. Se de um lado encontram-se os apartamentos novos, valorizados pela proximidade ao colégio Magnum Agostiniano, do outro, encontram-se as residências mais antigas, baixas e humildes.
A ideia da praça era conseguir integrar esses dois ambientes. A criação de pistas de skate e quadras de futebol tinha como objetivo unificar as pessoas que viviam em tais lugares tão adversos, contudo, tal fenômeno não aconteceu.
Hoje, as ruas que envolvem a praça são ambientes hostis e perigosos, fazendo com que governantes tomem medidas como cercar seu entorno, colocar guaritas, etc.
Sendo assim, considero a intenção original da praça (criar um ambiente de modo à agregar as pessoas) uma utopia.
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