Sou arquiteto


"Sou arquiteto,...
Aquele que dizem ser engenheiro frustrado,
Decorador disfarçado,
Esquisito, meio pirado,
Às vezes alienado, outras, por demais engajado;
Às vezes de Havaianas, outras engravatado.

Sou arquiteto,
Aquele que chamam de sonhador;
Ah! Pudesse eu ter meus sonhos de volta,
Mas sou ainda um aprendiz na escola da vida;
Dominei a forma, distribuo espaços,
Mas muitas vezes me sinto fora de esquadro,
Perdido em linhas paralelas demais,
Numa escala indefinida.

Mas sou arquiteto.
Sou poeta, E sou muito mais que um sonhador,
Porque possuo em cima da velha prancheta,
Projetos para todos os sonhos;
Casas para abrigar um novo amor;
Caminhos para chegar ao Arco-íris;
E jardins para o aconchego do entardecer..."

Arquiteta e Urbanista Lienne Liarte

sexta-feira, 2 de julho de 2010

animação: residência em Sidney

Sketchup:


disse que me disse

Arena: uma piscina dentro da água

Enquanto muito se discute sobre revitalização de rios, em Berlim, como as águas ainda são impróprias para banho e consumo, o jeito foi arriscar um novo tipo de utilização...
e a idéia tem tudo para dar certo!

"Uma velha barcaça de carga de 30x8 metros ancorada no rio Spree, em Berlim, junto à famosa infraestrutura cultural Arena, tornou-se um local social procurado e frequentado por todo o tipo de pessoas. No Verão funciona exclusivamente como piscina; no Inverno é-lhe colocada uma cobertura e acrescentada uma sauna, uma pista de dança, um bar e mais alguns serviços. Todo o seu encanto reside então na sensação de se saber e se sentir dentro do rio, ainda que confortavelmente instalado no seu interior. À noite é particularmente fascinante."

"O Badeschiff próprio (a versão de verão e da estrutura original) foi desenvolvido pela AMP Arquitectos (Tenerife), juntamente com o arquiteto Gil Wilk e a artista Susanne Lorenz, projetado e construído por eles."
- no verão:



- no inverno:

mais informações:
http://obviousmag.org/archives/2007/08/arena_uma_pisci.html

http://arena-berlin.de/badeschiff.aspx

Hertzberger (cap. III) +Jane Jacobs+ Intervenção..

Hertzberger e Jane Jacobs tratam, em suas respectivas obras: "Lições de arquitetura e Morte e vida de grandes cidades", de conceitos sobre a dinâmica em torno da cidade: suas necessidades, sua forma de uso, etc. Ambos apresentam a importância que deve ser dada aos pequenos detalhes do cotidiano, uma vez que por trás de cada elemento ou objeto implantado, há inúmeras concepções que envolvem o comportamento e os valores dos usuários. Para isso, os autores destacam a seriedade com que os responsáveis pela elaboração de tais elementos (arquitetos, engenheiros, etc.) devem tratar as construções de ambientes.

Jane Jacobs defende sua ideia central a respeito do grau de urbanidade que uma cidade, bairro ou rua podem desenvolver. Esse processo se dá de acordo com a vitalidade que o ambiente apresenta, ou seja, o convívio de atividades distintas a serem oferecidas e exercidas num mesmo espaço. Para a autora, o entendimento entre os princípios básicos da cidade como morar, trabalhar, circular e divertir, é a base da vida urbana.

Seguindo esse contexto, pode-se inferir que o grau de vitalidade de Belo Horizonte é bastante elevado, uma vez que a atração de serviços, atividades e moradores torna a cidade cada vez mais funcional.

Hertzberger também trata a funcionalidade de forma ampla. Ele afirma que um elemento tem que cumprir com alguns preceitos para que não perca sua característica inicial. Uma sala de estar, por exemplo, não deve ser tão pequena a ponto de ser desconfortável, nem tão grande a ponto de excluir as pessoas. Ela deve ter o tamanho ideal para que seus usuários possam usufruir um local de convivência. O autor explica, também, que objetos diferentes podem desempenhar a mesma funcionalidade dependendo da sua forma de ocupação. Um corrimão, por exemplo, pode talvez satisfazer muito mais uma criança que nele brinca do que um playground que teria primordialmente essa função de lazer.

Contudo, é muito importante destacar do terceiro capitulo de Hertzberger, o trecho em que ele afirma: “... a extrema funcionalidade de um objeto torna-o rígido e inflexível...”. Pois, assim como o playground que tem uma função já pré-estabelecida, a mesma analise pode ser inferida, num contexto maior, para a própria cidade de Belo Horizonte.

Com tantas funções e atividades, Belo Horizonte perde suas particularidades e vira simplesmente um lugar de serviços. Esse rótulo é tão intenso que acaba havendo uma separação daquilo que é “função da cidade” e daquilo que não é. Uma pessoa que busca tranqüilidade e sossego, por exemplo, não vai procurar isso em pleno centro urbano, ela vai se afastar cada vez mais daquilo que teoricamente tinha funcionalidade máxima, buscando a calma em ambientes isolados e periféricos. O campo passa, então, a ter um elemento diferenciado da cidade, capaz de destoar e segregar expressivamente esses dois ambientes.

Entretanto, como citado anteriormente, os detalhes são capazes de gerar uma nova visão sobre o espaço, e foi com esse argumento que propusemos intervir no modo de vida urbano montando uma área de camping no centro da cidade. Essa ação despertou tanto nos idealizadores do projeto quanto nas pessoas de fora, uma curiosidade sobre essa forma de pensar.
“ O estabelecimento de contato é, de certo modo, como o processo de sedução, em que ambos os lados fazem reivindicações iguais.”( Hertzberger)

disse que me disse - árvore musical





















Projetada por Mike Tonkin e Anna Liu, esta escultura é feita de 1000 tubos galvanizados que, quando percorridos pelo vento, atuam como flautas. Esta árvore metálica produz notas e acordes que variam com a intensidade e direção do vento, fazendo com que a música aleatória desta escultura alcance quilômetros na paisagem inglesa.


"Como o vento passa em canos de comprimento diferente em diferentes camadas, a árvore canta acordes diferentes. Cada vez que você se sentar à sombra da árvore que você vai ouvir uma canção diferente"-palavras dos autores do projeto.


Mais em: http://obviousmag.org/archives/2008/02/uma_arvore_musi.html#ixzz0sVbTYEv4
http://www.tonkinliu.co.uk/
http://www.youtube.com/watch?v=4B0hGyKV9qs&feature=related -vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=md_wLvXUMUU&feature=related - vídeo

quinta-feira, 1 de julho de 2010

disse que me disse - YONOH BOX


Apresentada durante o 100 % design London, (evento que destaca o design de interiores da contemporaneidade) a Yonoh Box é um novo conceito de banheiro. Projetada por Clara del Portillo Pardo e Alejandro Selma Lázaro, ambos espenhóis, a obra consiste numa caixa de cantos arredondados literalmente cortada às fatias em que cada uma delas é um módulo com um equipamento específico. Os módulos básicos são dois: um com um lavatório e um vaso sanitário, outro com um duche, um banco e prateleiras. Depois pode ser acrescentado um terceiro módulo para expansão do espaço e arrumação adicional, para além dos módulos de topo que encerram o conjunto e a caixa transforma-se num WC completo. No entanto, várias combinações e personalizações são possíveis e fáceis de conseguir. Esta é uma das grandes virtudes do conceito.



Além da flexibilidade, que é característica de qualquer sistema modular, a Yonoh Box (mesmo nome da empresa de design e arquitetura)apresenta outras vantagens. Pode ser colocada em qualquer espaço interior como um equipamento universal e independente do que o rodeia, apenas necessitando para funcionar de uma tomada eléctrica e de abastecimento e saída de água, logicamente. Há também a dimensão ecológica pois, na verdade, este é um WC inteligente. A temperatura, o consumo e outros dados são controlados por um processador central que os otimiza. Existem reservatórios de água no interior das paredes de revestimento que, depois de utilizada em lavagens, é canalizada para a descarga. Por fim, o design: moderno, agradável e versátil.


mais informações:

http://obviousmag.org/archives/2009/10/yonoh_box_wc.html#ixzz0sVLy9shy
http://www.youtube.com/watch?v=c5rv1k9ogWI&feature=player_embedded#!
http://www.100percentdesign.co.uk/

Radamés em vários ângulos

(planta baixa)

(planta com medidas)

corte 1

corte 2

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ensaio Arrudas II

Projeto Hovercraft




Caderno de receitas ( Intervenção Vagas Volantes

(enquanto os outros grupos se desdobravam para construir os objetos de suas intervenções, o meu grupo -Mariana, Ícaro e Rafa- respirava aliviado por já pussuir todas as peças do trabalho. A ùnica coisa que faltava era uma mesa que, com certeza, deu muito mais trabalho que todas as peças de todos os grupos juntos).

Receita urbana:

Como não montar uma mesa

Ingredientes:

1 furadeira que solta faíscas, de difícil manipulação
1 martelo com o cabo quebrado, de preferência
Sobras de pregos dos trabalhos alheios
4 travas pequenas
4 parafusos médios
4 porcas pequenas
9 dobradiças de variados tamanhos
2 pedaços de madeira (60x40cm) com alças nas pontas
Pedaços de lixa
Ceguetas e serrotes emprestados
Fitas e barbantes a gosto

Modo de preparo:

1. Junte 3 amigos que, alem de não terem a mínima noção de marcenaria, querem montar uma mesa complexa e engenhosa, típica de arquitetos.
2. Se algo der errado, chame um professor ou um médico para ajudar. Eles com certeza terão uma idéia sua para destruir, mas outra para acrescentar.
3. Trabalhe a noite, de preferência 1 dia antes da entrega final do trabalho ou quando a escola já estiver prestes a se fechar.
4. Tenha uma ideia inicial complexa e não desista dela. Compre pouco material, o suficiente para apenas esse projeto e não conte com imprevistos.
5. Perca tempo, muito tempo, esforço e dinheiro tentando montar uma mesa desmontável, dobrável e rebuscada (cheia de detalhes). E, mesmo com a possibilidade dessa ideia não dar certo, só passe para uma outra mais simples depois de muito insistir na primeira.

Mão na massa:

1º passo - Pregue 2 dobradiças ligando os pedaços de madeira de forma que o conjunto abra e feche.


2º passo - Corte com serrote ou cegueta (se preferir) 4 cubos de madeira de aproximadamente 3x3cm em cada canto da superfície.
3º passo - Corte 4 pedaços compridos de madeira (não hesite em pedir emprestado). Agrupe-os de 2 em 2, passando um fio de ferro em seus centros. Eles serão os pés da mesa.
4º passo - Para dar mais sustentação, enrosque 4 porcas no fio de ferro de forma que prenda as madeiras compridas, e amarre uma fita ou barbante em sua parte inferior. 5° (e último) passo - junte todas as partes da mesa (superfície plana e pés da mesa).
Após todo o processo, teste a mesa, apoiando-a no chão.
- se ela começar a deslizar sobre o eixo, aperte mais as porcas.
- se ela continuar deslizando, aperte o barbante
- se ainda assim, depois de tanto esforço e tentativas, ela não parar de pé, desista. 6º passo- improvise com banquinhos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uso das ruas - mais intervenções..

Assim como o trabalho de intervenção em vagas de carro, ao redor do mundo, muitos arquitetos, artistas, entre outros, incomodam a rotina dos cidadãos ao implantar um novo elemento nas ruas. Em Madri, por exemplo, um artista conhecido como espião(SPY) transforma a paisagem urbana a partir de interveções efêmeras espalhadas pela cidade:








mais informações:

http://www.spy.org.es/

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Visita a Inhotim

No dia 30 de maio visitei o Museu Inhotim na companhia dos estudantes de arquitetura da UFMG.

O museu, considerado a maior galeria de arte contemporânea ao ar livre do mundo, foi idéia de um rico industrial que, em vez de agricultura ou pecuária, decidiu implantar em sua fazenda um marco importante no roteiro artístico nacional. “Esse Brasil merece ser visto lá fora como um país inteligente. E não como um país que compra inteligência“, diz o dono do Centro de Arte Inhotim.


O local oferece a seus visitantes uma mistura harmoniosa de sensações. A toda hora existe integração com elementos internos, ora com a natureza, distribuída entre inúmeras espécies de plantas e animais, ora com as próprias obras.











Contudo, ainda que seja muito marcante a presença física dos objetos, o que me chamou mais atenção não foram as obras em si, e sim o processo de sua idealização, ou seja, a história por trás de cada detalhe presente nas exposições.

Era comum ouvir comentários do tipo: "essa obra qualquer um faz!", entretanto, muitas vezes a complexidade de alguma intervenção artística está em sua essência, ao invés de estar em seu produto final.

Tendo em vista todo essa linha de raciocínio, a exposição que mais me marcou foi a "Once Upon a Time", de Steve McQueen. Ela consiste na projeção sobre uma tela de 116 imagens (em seqüência) de cenas e ambientes cotidianos, seguida de uma confusa trilha sonora. Ainda que pareça ser uma exibição simples, sua explicação era:

"Once upon a time [Era uma vez, 2002] consiste numa projeção em slides de fotografias que a NASA – Agência Nacional Aero-Espacial dos Estados Unidos - mandou para o espaço à bordo da Voyager II, em 1977, com a intenção de contar sobre a vida na Terra para seres extraterrestres inteligentes. A missão dessa nave não-tripulada é considerada uma das mais bem sucedidas na história da aviação interestelar; ela visitou quatro planetas antes de deixar o sistema solar. O artista e cineasta Steve McQueen criou uma trilha sonora para a projeção dessas imagens, que é a gravação de vozes “falando em línguas”, em linguagem aparentemente desconhecidas, um fenômeno presente no êxtase espiritual. Once upon a time (2002) investiga a construção e a representação do conhecimento através de um retrato positivista da Terra, onde pobreza, conflitos e doenças visivelmente não existem. A Voyager II continua a viajar espaço afora sem nenhum destino específico, na esperança de ser encontrada algum dia. Em aproximadamente 300 mil anos ela passará ao largo da estrela Sirius. Entretanto, a intenção de provar a existência da humanidade para seres extraterrestres por meio desse registro de 116 imagens - ainda que no futuro a vida na Terra acabe - é, no sentido literal da palavra, alienante."


(imagens da obra "once upon a time")

mais informações:
http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/308
http://www.portaldebrumadinho.com.br/caci.asp

Disse que me Disse

[X] morar bem
[X] barato
[X] ambientalmente correto
[ ] confortável..

..essas são algumas das sensações adquiridas por aqueles que escolheram viver em "caixotes".

A vila dos contêineres
Estudantes de Amsterdã se mudam para apartamentos de lata


Em 1937, o americano Malcom McLean inventou grandes caixas de aço para armazenar e transportar fardos de algodão:os contêineres, hoje essenciais para o comércio na economia globalizada. Mas você aceitaria viver dentro de um? Na cidade de Amsterdã, capital da Holanda, fica a maior vila de contêineres do mundo:com aproximadamente 1 000 apartamentos de metal.

Ela fica a 4 quilômetros do centro e foi construída para atender à demanda por alojamentos estudantis na cidade. Os contêineres foram comprados na China, onde passaram por uma reforma e ganharam os equipamentos básicos de um apartamento, como pia, banheiro, aquecedor e isolamento acústico. Eles foram levados de navio para a Holanda e empilhados com guindastes para formar um prédio de 5 andares, que foi inaugurado em 2006 e hoje abriga cerca de 1 000 estudantes.


Os contêineres são pequenos, e o prédio não tem elevador (é preciso subir de escada). Mas, como o aluguel custa 320 euros por mês, barato para os padrões de Amsterdã, ninguém reclama. “No começo fiquei apreensivo, mas hoje acho bem eficiente”, diz o estudante alemão Torsten Müller, que vive lá há 6 meses. O sucesso foi tão grande que a empresa responsável pelo projeto já construiu outra vila num subúrbio de Amsterdã – e também está erguendo um hotel na cidade de Yenagoa, na Nigéria, para turistas que quiserem ter a experiência de dormir num contêiner. Mas com acomodações de luxo – lata por fora, quatro-estrelas por dentro.





texto tirado da Revista Superinteressante – 05/2010
mais informações:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/estudantes-amsterda-micro-apartamentos-lata-confortavel-superinteressante-555994.shtml

http://www.youtube.com/watch?v=WohG3trbEZI&feature=player_embedded